Os termómetros estão a subir e a contagem para as férias a cair.
As escolas encerraram, os garotos estão em casa, o chinelo convida, a depilação é agora obrigatória e a balança inimiga. Agora é oficial, o Verão chegou e com ele as férias escolares o que significa crianças com horas livres a precisarem de serem preenchidas e o cheirinho a creme protetor na mala do carro.
Apesar da situação que o globo “parece” viver, “parece” que neste momento nada é mais importante que a praia. O que poderia ser mais atraente do que minúsculos grãos de poeira/areia calcados por milhares de pessoas por dia? Pés transpirados, pés com chulé, pés com micoses, pés com bolhas, pés com peles, pés com verrugas, pés com calos… e unhas com verniz gel, pulseiras de tornozelo, havaiana da moda, todos juntos. Um bacanal de pés sobre o areal que conduz ao mar. Mas são apenas pés… e areia. Nenhum vírus que se preze quer ser conhecido como o “pé de chinelo” que se transmite através dos pés e pela areia. Estamos todos seguros, desde que os pés não carreguem gente com boca e nariz… desde que as gentes não se aproximem… desde que o mar seja um Oceano de álcool gel… ou talvez se comece a vender água com sal para desinfetar as mãos (a minha avó sempre me mandou gargarejar com àgua e sal para limpar os bichos da garganta, talvez os cientistas e médicos actuais não tenham tido a mesma sorte com as avós deles!). Enfim, o Verão veio para ficar e a época balnear está aberta.
Neste momento o leitor já está a cerrar os dentes e a ler-me com alguma raiva. Não é caso para isso. Aliás, não é caso para fazer caso. Imagino que o leitor faça parte dos 10,28 milhões de portugueses que conhecem uma praia secreta, pouca confusa onde só vão duas ou três pessoas e que por isso não há risco nenhum. Aliás, Portugal é um jardim à beira mar plantado por isso o que há mais é extensão de costa para espalhar 10,28 milhões de pessoas, ainda por cima não vamos de férias todos em Agosto. Está tudo bem! E vai ficar tudo bem, só não legendas com arco íris para não se confundir com as questões da comunidade LGBT. Neste momento vamos trocar o arco iris pela bandeira azul, vermelha e verde e sim, vamos ficar todos bem.
Mas talvez haja um leitor por aí que queira pensar diferente. Que não veja maior risco nas termas (e temos tantas em Portugal) do que nas praias fluviais e marítimas. Talvez haja um leitor que encontre alguma alegria em propor umas férias diferentes explorando o que diz conhecer, mas não conhece realmente, como a Rota dos Castelos, a Rota do Presunto, a Rota da N2, a Rota da Cerâmica, a Rota das antigas judiarias na Serra da Estrela, a Rota do Barroco, a Rota do Vinho, a Rota dos Conventos e Mosteiros, a Rota dos Moinhos, a Rota dos Vales Glaciares (nós temos vales glaciares?!), a Rota do Gótico (e não são aqueles putos vestidos de preto com coleiras de espinhos e piercings no nariz), o Parque Natural da Peneda Gerês, o Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, o Parque Natural da Serra da Estrela, o Parque Natural do Litoral Norte, o Parque Natural da Arrábida, Montesinho, a Ria Formosa… enfim… tanta e tanta coisa para fazer neste jardim à beira mar plantado.
Porque haveria do leitor, português e consciente, se limitar ao Jardim, que ainda por cima nem está florido, quando pode explorar o País inteiro? Será que a auto-estima está tão em baixo que o leitor deixou de conseguir pensar pela sua própria cabeça. Será que cresceu demasiado rápido e leva a vida tão a sério que perdeu o espirito aventureiro de fazer algo diferente? Será que está demasiado cansado para fazer diferente? Será que faz parte daquele grupo de pessoas que acha que a responsabilidade é algo que se exige aos outros mas que é totalmente dispensável para o próprio?
Saiba mais sobre o programa FÉRIAS DA PRAIA através do GOOGLE e do site TURISMO DE PORTUGAL.
Boas férias!
Lara Lima
Terapeuta Ayurvédica